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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A noite das estrelas

Este conto começa numa dessas noites qualquer, sem muitas coisas extraordinárias...

Era 31 de julho de uma noite agradável, a Lua parecia sorrir para três demônios que estavam na cobertura de um prédio. Existia uma trilha sonora vigente muito perturbadora, vinda de uma caixa de som ligada rudemente numa parafernália bem peculiar...
A música estava relacionada a uns sentimentos sombrios, que se direcionavam de frente a estas horríveis criaturas que dançavam freneticamente, apreciando a acidez daquelas músicas que cuspiam o teor das misérias mundanas em suas faces.
Gostava-se muito disso...
O pequeno mundo estava ali, pronto para ser consumido, sem muita ação, apenas com uma proposta sonora agonizante. Existiam, porém, outras coisas que estavam acontecendo ao mesmo tempo talvez naquele mesmo lugar, o que deixa sombras de dúvida...
Só que menos importante do que aquela energia desperdiçada nas trevas de uma noite em chamas; estava uma estranha força que pulsava naqueles corpos...
A sorte é tão miserável quanto o azar. Costumava-se, em outros tempos, relacionar eventos que a natureza concebe a idéias às vezes bizarras, sobre dèja vous e afins.
Não se poderia em nenhuma outra ocasião imaginar a sincronia perfeita de três estrelas vingarem ao mesmo tempo, gozando na luz de um céu sem limites, sem se importar com os possíveis desvios que os devaneios da existência humana dariam àquelas três vidas...
Certamente as pessoas não davam ou não dão importância a tais coisas, estes pequenos fenômenos que acontecem diariamente, que são como manifestações divinas. Hoje olhamos para este mesmo céu, esperando que duas ou mais estrelas venham a se encontrar, nos proporcionando uma sensação de felicidade mesmo que passageira, mas imagine...
Acontecer justo conosco que não merecemos essa dádiva. Somos estrelas sim, mas sem um brilho latente, prontas para deixar de existir.

(fragmentos do meu cotidiano)


(ao final deste pequeno conto é onde está a moral da história)

Uma das principais propostas do pensamento dito gótico, é a contestação de tudo o que existe, elimina aqui algumas metáforas, mas mantendo sempre meu modo de escrita, com um apelo quase que beirando ao surrealismo. O meu pequeno mundo é feito disso, de fatos inexatos, de muito idealismo...

Estou à procura de respostas, como qualquer ser humano que respira. Talvez não me contente com o que vier encontrar por estas paragens, mas de tudo se absorve o mínimo de informação...
Até nas coisas mais absurdas existe uma verdade absoluta, pronta para ser destrinchada.
Somos corpos que andam rumo à sepultura, somos todos iguais...
A caveira que seremos é o grande sinal de igualdade entre todos nós...