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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Triste outono

No outono
quando as folhas caem
e sentimentos vão embora com o vento frio

Pessoas morrem, pessoas choram
e ainda não é chegada a hora
de encarar o grande desafio

Eu me desfaço em pedaços entre a luz e as trevas
adimirando quando as sombras dançam
não quero mais beber desse sangue amargo
prefiro estar num triste outono

Separação (tradução da música severance do Dead Can Dance,feita por mim)

Separação
os pássaros da partida chamam por nós
e ainda não estamos doados a voar

Sobre a terra
os ventos da mudança consomem o chão
enquanto permanecemos
nas sombras dos verões que agora têm passado

Quando todas as folhas tiverem caído
e se tornado pó
nós permaneceremos
entrincheirados dentro de nossos caminhos

Indiferença
a praga que move tudo ao redor desta terra
sinais de presságio
nas formas das coisas que estão por vir

( a criança do amanhã será a única criança)

Separação

sábado, 17 de maio de 2008

Sentimentos

Sentimentos...
tenho dois tão nobres
que nem o mais pobre dos pobres
seria capaz de merecê-los

infelizmente se chamam amor e ódio
e ao final da disputa, permanece a luta
ao subir ao pódio
pelo medo de não tê-los

ferir? quem vai se ferir?
eu mesmo não irei
fazer força eu farei
mas sem me descobrir

como uma imagem ingrata de mim mesmo
uma estátua,estática em meio ao lugar mais ermo
na força bruta da matemática
vivendo o mais infeliz dos pesadelos

no doce inferno das mais ingratas luzes
farei de minhas fantasias as cruzes
que carregarei para o meu calvário

nas palavras toscas de um dicionário
mendigarei as frases que mais fazem sentido
quando alguém finalmente me tiver ouvido
darei de volta a resposta de um grito solitário

se as guerras da minha mente eu tiver vencido
até lá estarei com mais de cem anos
sou o mais roto dos humanos
de vestes que me vêem apodrecido

se alguém de mim estiver compadecido
posso realmente dizer em triste engano
o amor que eu sinto em cada ano
nãoé o mesmo que todos os deuses em mil séculos têm sentido

me finjo de coitado,entristecido
com o mundo rondando o meu umbigo
o ódio que eu sinto,meu amigo
é a mais pura verdade é o que eu digo

se você um dia sentir um tédio
daqueles que te fazem pular de prédio
não esqueça de quem é mais doente
abençoe o sorriso canalha de um crente
ofereça a um doente o seu remédio

seja mais coerente e camarada
pos na vida todos têm que sevir
se você não tem pra onde ir
somos dois perdidos na mesma estrada

um lugar que vai dar no nada
sem caminhos, sem respostas ou perspectivas
vejo o brilho nos olhos das criaturas vivas
o viciante de viver

se um dia aparecer em minha rota
a figura de um homem enraivecido
posso ter a seguinte convicção
tenho a certeza martelando em minha mente
com um sorriso morto à minha frente
a pura sagacidade de um idiota

se a morte bate um dia à minha porta
não ofereço de minha água pra beber
sem ter ao menos uma cova pra jazer
este meu inútil corpo iluminado

verei entre a sua verdade nua em brasa
como diz um antigo ditado
para a morte eu deixaria o meu recado
a porta da rua é serventia da casa

passe bem longe para só voltar depois
que eu encontrar a minha própria verdade...

amor e ódio
um é patrão, o outro é sócio...





Desesperada vida

salvei agora a vida que se acabava afogada no mar das ilusões
entre uma mão e outra estava a vontade de viver mais
saquei de uma idéia por mais absurda que fosse ela
fiz valer a pena aquilo tudo que eu tentei

dizem que a vida é uma fuga alucinada
cheia de pesadelos que queremos escapar
a podemos vê-los no dia-a- dia
em rostos desanimados de futuros cadáveres

falência absoluta!!
merecemos colher o que plantamos
e nos delírios,nos acalmamos
com a satisfação de dormir tão bem
depois de tudo que nos transforma

como a invisível lira que nos espera com a dor das revoltas
curando a vontade de ver o Sol...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A quimera maldita

Bem que me fora dito para não acreditar nas pessoas
mas ao mesmo tempo, não acreditaria em mim mesmo
porque faço parte de uma sociedade utópica e fajuta
nada mais importa se você tem o poder chamado dinheiro

Aliás o dinheiro compra qualquer coisa, não é verdade?
às vezes não pode comprar pequenas coisas que não dão valor
como a amizade e o respeito.

Não é que eu não seja corrupto
porque todos têm seu preço
sou tão canalha quanto a prostituta
que vem dormir comigo por prazer e cifrões
eu tenho meu preço sim, mas não me vendo tão fácil

Por isso existe esa quimera maldita
temos que usar da máscara da mentira
em nome de uma sociabilidade
que não existe

Mentimos para mantermos
a nossa boa conduta, o nosso bom exemplo
e temos sempre que fingir, atuar, representar

Que somos bons filhos, que somos bons pais
que somos de tudo o que há de bom
mas não podemos em nenhuma circunstância
sermos nós mesmos...

sábado, 3 de maio de 2008

neotrovadorismo

além da vida, de noite e Sol
tem muito vento, muito frio
tem muito o que se viver
até quando se cai no mar da ilusão
e se eu cair, quem irá me socorrer?

não sei nadar
não sei de nada

quem é amigo?
de que vale realmente a amizade?
é ver pra crer
e pegar pra sentir
pagar pra ver
dar-se, olhar-se
se autodefinir
refletir

cante
para espantar seus males
suas dores
seus amores
você precisa
espantar

fuja
pras montanhas de albarã
para as brumas de avalon
para a serra sagrada
da roseira dourada

beba da água do poço sombrio do mago do castelo amaldiçoado...
(continua)

A matrix

a minha ferida
a minha alma
a minha mãe
a minha filha
que ainda não existe

a minha vez de rir
a minha vez de chorar
a minha sorte
a minha vida
a minha morte

a minha consorte
a minha menina
a minha escolha
a minha renúncia

a minha ilusão
a minha luva
a minha mão nua
a minha amizade

a minha tarde de sol escaldante
a minha noite fria
a minha confissão
a minha cantata

a minha catedral
a minha pompéia
a minha gota do orvalho
a minha prosa gótica

a minha mulher
a minha medusa
a minha nuvem de algodão colorido
a minha ressaca sem moral

e o meu sono que não vem
tudo isso é fruto
da minha imaginação
de minha MATRIX...

Em algum lugar fora desse mundo

está chovendo.
tenho medo do som das gotas d´água ao baterem no teto de minha casa
escuto uma voz aflita do lado de fora
alguém está sendo violentado
o que posso fazer?
será que tenho culpa disso?

banalidades
o mundo é feito delas
tenho um guarda-chuva, quero sair hoje
mas ainda chove forte

estava triste, não minto
mas foi através de uma coisa tão simples
que despertei minha consciência
eu ví um arco-íris pintado de preto-luto
e ofuscava o brilho e a suposta alegria das cores de outrora
que dopava as mentes em absinto de cor

minha certeza
quero estar fora desse mundo
quero um lugar pra ir
pra rir
de tudo e de todos
até o mais benevolente tem lá seus interesses
e eu não sou diferente
quem vai apreciar um Deus
presente no fundo do ânus de um cachorro sarnento
ora, Deus está alí!!

senão não seria o próprio
eu quero que prolifere tudo de bom e de ruim
pra equilibrar
pra celebrar...

quero estar fora desse mundo, já disse
me dê sua mão, me dê seus pés...

quero conquistar mundos diferentes
quero estar fora desse mundo...

O carnaval acabou

me dê motivos para continuar acreditando nessa idéia absurda
em coisas que são ditas sem vigor numa dessas noites qualquer
me dê o seu brinquedo mais precioso num momento crucial
desista-me, desista-me, desista-me...

engula todo o meu sêmen com gozo, desperta-me para a frígida tensão
roça tua perna na minha, estira teus ossos ao chão molhado
o pai chão, a mãe terra...
paixão!!

o deus e a deusa juntos, celebrando eros em volúpias ardentes
em profanas noites nos apartamentos da vida
eu quero ver as estrelas de perto, lamber o céu
ver teu corpo ardente sangrando com as marcas de minhas unhas
e rir, sentir um prazer imenso ao ver tua cara de choro
goza-me, goza-me, goza-me...

em minha glande, quero que tu descubras o sentido real de tua existência imunda
falindo, falando, gemendo, dançando
a dança frenética dos sexos
numa sintonia molhada

mas infelizmente você sente medo de mim
talvez por eu ser assim, devasso
mas saiba que minha pancada é sempre mais sincera
do que os afagos mentirosos e cheios de falsidade
de tua pele, de teus lábios
que foram socializados, divididos
para o próximo que tiver mais carência

não!!
eu não preciso de teu corpo!
para mim ele é uma esmola
daquelas que até os santos desconfiam
e nessa saia justa, não enfiarei meu falo
e mesmo assim eu te falo
sentindo-te, sentindo-te, sentindo-te...

é tarde, amanhã tem trabalho
quem sabe tudo isso muda
e você também
quem sabe você vire uma crente
pra desconfiar de minha fé

minha fé é nossa cena mais marcante
nossos corpos celebrando o sexo
penetrante, insistente
dentro e fora, em cima e em frente

eu sabia que fazia
alguma coisa diferente
não foi por trás que te conquistei
foi do lado
de lado
da igreja santa das tuas ilusões perdidas
mãos postas para o vazio
rezando por mais uma gota

tchau
como é mesmo o seu nome??

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O marchante marxista

o marchante marxista não quer trabalhar
porque o seu salário não dá pra comprar
um quilo de filé pra ele jantar
virou vegetariano e foi vegetar
numa vida fodida que ele escolheu
foi a sua mãe quem mais lhe falou deixe de cortar carne e vá ser doutor
mas ele não queria ser cirurgião
então pegou a faca e foi pro porão
cortou um boi inteiro e chamou palavrão
e o povo até pensou: será que ele tá falando alemão?? o marchante marxista
é um filósofo frustrado
embora saiba cortar a carne não sabe cortar a mesada dos filhos-da-puta
que sua vã filosofia botou no poder